O Brasil é um país continental e muitas vezes ouvimos que o empresário brasileiro não se preocupa em expandir internacionalmente seus negócios porque tem para si um grande mercado a ser explorado, coisa que muitos países não tem.
Isto é verdade para parte dos empresários e vem mudando de forma rápida. Empresários brasileiros desenvolveram marcas e conceitos de qualidade mundial, e muitos já vem exportando produtos a muito tempo, mas exportar produto não significa exportar marca, e os empresários estão percebendo isto.
Exportar produto o torna refém de outros varejistas, de intermediários(representantes e distribuidores), que não investem na marca e sim querem lucro fácil, e seu produto perde importância no meio de milhares de outros produtos. Geralmente querem qualidade e preço, reduzindo as margens e tirando proveito como bons oportunistas.
Exportar marca significa exportar um conceito varejista, significa investir na marca, significa mostrar ao consumidor seus diferenciais e torná-lo cliente fiel, além de criar canais exclusivos para a marca. E nada melhor que usar o sistema de franquia para isto.
Exige um esforço inicial maior, muitas vezes investimentos em estudos de mercado, na implantação de lojas piloto, na busca de franqueados de qualidade fazendo concessões para ter lojas vitrine, investimento em marketing, mas trazendo resultados de qualidade a médio e longo prazos.
O Brasil é forte em muitas áreas e tem conceitos que poderiam estar no mundo inteiro, desde grupos grandes como o Grupo Soma com as marcas Hering, Farm, e agora unido ao Grupo Arezzo, a Havaianas do Grupo Alpargatas, a Carmen Steffens, Chilli Beans, Habib’s, Calçados Bibi, Morana, até empresas de menor porte mas com excelentes conceitos, como Emagrecentro (Best Shape), Mister Wiz, Casa do Construtor, Doutor Hérnia, Tropicool, Buddha Spa, Mundo Pão Olivier e diversas outras franquias.
Segundo ABF-Associação Brasileira de Franchising, existem cerca de 213 franqueadores brasileiros espalhados por 126 países mundo afora. Muitas tem apenas 1 ou poucas unidades, e são oriundas de iniciativas de investidores brasileiros que se mudam de país e querem levar algum conceito brasileiro para fora. Não é a melhor estratégia e sim oportunismo. Mas não deixa de ser uma iniciativa boa.
O que vemos agora são movimentos planejados com as franquias brasileiras decididas a se expandirem com força internacional. E não é apenas para América Latina, nosso mercado mais próximo e mais fácil. Existem iniciativas concretas acontecendo nos Estados Unidos, Oriente Médio, Europa, Índia e China, vitrines mundiais de novas marcas. E concorrendo com competidores fortes do mundo inteiro!
Trouxemos uma missão de consultores de franquia de outros países para a Feira ABF 2023 e ficaram simplesmente maravilhados com os conceitos e a força do franchising brasileiro.
Enfim, as franquias brasileiras acordaram. Viram que podem se tornar redes mundiais. Não podemos deixar de mencionar o esforço da ABF que assinou convênio com a APEX em 2004 e vem incentivando as franquias brasileiras a participarem de forma subsidiada de eventos internacionais. Daqui a alguns anos vamos viajar e ver muitos conceitos brasileiros de alimentação, varejo e serviços mundo afora. Que orgulho!
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